Nota de conjuntura da Frente Resistência
12 de março de 2016
As movimentações golpistas ganharam novos episódios nos últimos dias, todos travestidos de roupagem “jurídica”, apesar dos abusos e ilegalidades evidentes. Em 04/ 03 o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi sequestrado pela Polícia Federal em sua residência, em São Paulo, sob as ordens do “torquemada” Sergio Moro, condutor da midiática e tucana Operação Lava Jato. A rápida mobilização da militância e a ampla repercussão negativa do ato, próprio de regimes de exceção, impediram que os agentes cumprissem seu intento de conduzir o ex-presidente preso a Curitiba. Em 10/ 03, outro episódio, quando promotores paulistas denunciam Lula por suposta irregularidade no famoso “triplex do Guarujá” (enquanto a mansão dos Marinhos em Paraty passa em brancas nuvens) e, ávidos por holofotes, convocam a imprensa para municiar o Jornal Nacional de todo o besteirol possível.
Esses acontecimentos não são isolados ou aleatórios. Ao contrário, vão ao encontro de interesses evidentes: neutralizar Lula, virtual candidato a presidente em 2018, e acelerar a derrubada golpista do governo Dilma. Assim, com o PT fora do páreo, a oposição de direita pode retomar as rédeas do país em suas mãos, e aplicar, sem intermediários ou mediações, o programa neoliberal em grau máximo. Para exemplificar, isso quer dizer que os ataques aos direitos trabalhistas, que já acontecem nos governos Lula e Dilma, serão realizados em escalas ainda maiores e mais agressivas. As empresas estatais que ainda existem serão liquidadas a preço de banana (como aconteceu nos anos de FHC e PSDB). A pauta conservadora ditará os rumos da política nacional. A repressão aos movimentos sociais e operários recrudescerá. No plano internacional, o Brasil voltará para a órbita de Washington, inviabilizando não apenas os progressistas projetos de integração regional (Mercosul, Unasul) como também os BRICS.